A poeira continua sendo levantada em Cabo Frio também com os veículos bi-combustível utilizados cada vez mais pelos políticos da cidade. É um Total Flex só nas contas públicas com essa gastança toda de combustível verificada nas contas do Deputado Federal Paulo César da Guia (PR). Segundo cálculos divulgados na mídia, gastou R$ 18 mil com combustível e lubrificante só nos primeiros meses deste ano, valor suficiente para rodar 68 mil quilômetros, ou cruzar o país 13 vezes do Oiapoque ao Chuí via BR 153, tendo por base o preço médio do litro de gasolina na capital do Rio (R$ 2,65) e uma média de 10 quilômetros percorridos por litro.
O Deputado resolveu se manter em silêncio até, pelo que se sabe, segundo o Blog do Totonho, cair na asneira de responder a uma gozação quando passou em frente o Café Bate Papo, na Rua Major Belegard, no Centro de Cabo Frio. Perguntado qual o combustível usado no automóvel, o deputado, ao volante de seu bólido, teria respondido que o carro era Total Flex. Bom, está bem, obrigado pela informação, mas uma máquina Total Flex não explica e nem justifica os gastos exorbitantes.
Mas caro amigo, leitor e eleitor, a história envolvendo carros bi-combustível vem de longe, em Cabo Frio. Naquela época, ainda nem se imaginava tal tecnologia. Ou era carro a álcool ou era gasolina ou era diesel. Quem inaugurou essa era de bi-combustividade e talvez tenha sido o precursor da idéia do motor de um único carro utilizar combustíveis diferentes foi o ex-vereador Jânio Mendes, pré-candidato a Assembléia Legislativa pelo PDT.
Imaginem amigos, que o vereador, na época da virada da década de 80 para 90, como presidente da Câmara dos Vereadores de Cabo Frio, ele justificou despesa de 50 mil litros de álcool em notas fiscais. Apesar do absurdo gasto de combustível, o vereador Jânio Mendes cometeu um pecado muito maior na justificativa dos gastos com o combustível: os carros da Câmara dos Vereadores de Cabo Frio eram todos a gasolina.
Bom, Jânio deu mole e não patenteou a idéia que foi absorvida pela indústria automotiva nacional e deu margem a que outro político usasse a tecnologia para justificar seus gastos na era atual.
Se Paulo César conseguiria cruzar o país 13 vezes do Oiapoque ao Chuí, levando-se em conta a mesma média de gastos de 10 km por litro, Jânio conseguiria chegar à Lua que dista 380 mil quilômetros da Terra. Bom, o problema, nesse caso, é que o combustível não seria suficiente para voltar. Como ele não foi à Lua, ficou por aqui mesmo, foi eleito outras vezes para a vereança e o caso das notas de etanol para justificar os gastos de carro a gasolina, nunca mais foi ventilado, caiu no esquecimento.
Na época foi um escândalo.
Paulo César e Jânio passam assim para a história como políticos bi-combustível.
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Bi na política Cabo-friense . Por César Pinho
RAIO X VIRTUAL | 12:41 | | 0 comentários